domingo, 30 de maio de 2010

“Vem Espírito Santo, batiza-nos no teu fogo e no teu poder. "

“Vem Espírito Santo, batiza-nos no teu fogo e no teu poder. "


Dons do Espirito Santo

Pentecostes é a festa (23/05) do derramamento do Espírito Santo sobre a Igreja. A terceira Pessoa da Santíssima Trindade se manifesta aos fiéis por meio dos dons carismáticos e dos dons de santificação. O fundador da Comunidade Canção Nova, monsenhor Jonas Abib, explica cada um deles:

Dons carismáticos

Dom da fé: Fé é o dom que recebemos no batismo. Não é fé intelectual: "Eu acredito que Jesus pode curar", e só. Não; de tal maneira estou convencido do poder curador do senhor, que minha fé me leva a ser instrumento d'Ele. Tudo isso depende de estarmos no Espírito Santo e permanecermos n'Ele.

Dom da interpretação: Normalmente, nem aquele que fala em línguas nem os outros entendem o que se enuncia. Mas o Senhor, muitas vezes, quer que aquela oração seja de edificação para a comunidade; quer usar o veículo das línguas para falar. Então, Ele dá, à mesma pessoa ou a outra, o dom da interpretação.

Dom da profecia: No dom de línguas, estamos falando a Deus, não aos homens. Mas os homens precisam que a mensagem lhes seja anunciada. Às vezes, temos uma noção errada a respeito da profecia. Pensamos que se trata de adivinhar o futuro. Nada disso: profeta é aquele que fala em nome de Deus, ou melhor, é um instrumento que Ele precisa. Profecia é justamente a palavra que o Pai expressa por intermédio de alguém. Nada a ver com adivinhar o futuro.

Dom da cura: Não somos nós que curamos; é Jesus. Cristo saiu por todas as partes curando. Da mesma forma, o Espírito quer se manifestar em nós - que somos membros do Corpo do Senhor -, levando cura àqueles que dela precisam. O dom da cura e o dom da fé estão ligados porque acreditamos e oramos pelas pessoas, como Jesus mandou. Tudo se faz em oração, pois é ela que leva à cura.

Dom de línguas: Quando nós somos batizados no Espírito Santo, a primeira coisa da qual nos enchemos é de oração. Ela é a comunicação entre o Pai e o Filho; o Filho que fala ao Pai e o Pai que fala ao Filho. Fornecemos a expressão palpável, mas quem dá o conteúdo, o fogo e a oração é o Espírito Santo.

Dom de milagres: Ligado à cura está o dom dos milagres. O processo de cura é demorado, mas o milagre é imediato. Pela fé carismática, começamos a perceber os milagres acontecendo nas nossas vidas, nos nossos grupos, em nossas comunidades. O que nunca se esperava acontece, o impossível se torna realidade.

Dom do discernimento: Para possuir discernimento, o básico é aprender a ouvir o Senhor; suas emoções, inspirações. Paulo VI destacou em um de seus pronunciamentos: "O dom dos dons para os tempos de hoje é o discernimento". E é mesmo, do contrário somos levados por ventos de várias doutrinas, a mesmo, sem saber para onde vamos.

Palavra de ciência: Quando a palavra de profecia surge espontaneamente nos nossos grupos, especialmente depois da oração, do canto em línguas e do silêncio, esse é um momento muito oportuno para Deus nos dar a palavra de ciência ou de conhecimento. É como um diagnóstico. Deus nos dá um conhecimento que não poderíamos alcançar por nosso próprio esforço. Essa palavra de ciência vem de nós. Chama-se palavra porque nos é dada através de uma expressão, de uma frase, ou de uma imagem. Sua função é indicar algo que o Senhor que fazer.

Palavra de sabedoria: O dom da palavra de sabedoria é um dom doméstico, é a palavra, o pensamento ou ideia que o Senhor nos envia no momento oportuno. Sabedoria e ciência caminham juntas, como dois remos, para conduzir o povo de Deus. Sabedoria aqui não é sabedoria humana; não é cultura, grau de estudo. É a sabedoria que vem do Espírito. E esse dom não nos torna autoridades; não nos habilita a falar grosso, na ponta dos pés.

Dons de santificação

Dom da fortaleza: O dom da fortaleza, também chamado "dom da coragem", imprime em nossa alma um impulso que nos permite suportar as maiores dificuldades e tribulações, e realizar, se necessário, atos sobrenaturalmente heróicos. A esse dom se opõe a timidez, que é o temor desordenado; e também aquele comodismo que impede de caminhar, de querer dar grandes passos.

Dom da piedade: O dom da piedade é auxiliado por duas virtudes teologais: a da esperança e a da caridade. Pela virtude da esperança participamos da execução das promessas de Deus e, pela virtude da caridade, amamos a Deus e ao próximo.

Dom da sabedoria: Quando o Senhor nos dá uma palavra de profecia, de ciência, de discernimento ou qualquer revelação, temos de procurar discernir se aquilo que recebemos deve ser dito, quando deve ser dito e como deve ser dito. Porque alguns são afogueados. Receberam um dom, uma palavra de profecia, e a pessoa é tão apressada que já quer dizer. Mas você perguntou ao Senhor se essa palavra de profecia deve ser comunicada?

Dom do conhecimento: É pelo dom do conhecimento que nos é concedido conhecer o verdadeiro valor das criaturas em relação ao seu Criador. Nós sabemos que o homem moderno, justamente por causa do desenvolvimento das ciências, é exposto particularmente à tentação em dar uma interpretação naturalista ao mundo. Isto acontece especialmente quando se trata de riquezas, prazer e de poder, os quais realmente podem ser obtidas das coisas materiais.

Dom do conselho: O dom do conselho, também chamado "dom da prudência", nos faz saber pronta e seguramente o que convém dizer e o que convém fazer nas diversas circunstâncias da vida. É um dom de santificação que nos faz viver sob a orientação do Espírito Santo. Por ele, o Paráclito nos fala ao coração e nos faz compreender o que devemos fazer. Agimos sem timidez ou incerteza. Pelo dom do conselho, falamos ou agimos com toda confiança, com a audácia dos santos.

Dom do entendimento: O dom do entendimento, também chamado "dom da inteligência" ou "dom do discernimento" (diferente do discernimento dos espíritos), nos dá uma compreensão profunda das verdades reveladas, sem contudo nos revelar o seu mistério. Só teremos plena compreensão do mistério quando estivermos face a face com Deus. Por meio deste dom passamos a nos conhecer profundamente e a reconhecer a profundidade de nossa miséria.

Dom do temor a Deus: O temor de Deus é um dom do Espírito Santo que nos inclina ao respeito filial ao Pai e nos afasta do pecado. Este compreende três atitudes principais: o vivo sentimento da grandeza de Deus e extremo horror a tudo o que ofenda sua infinita majestade; uma viva contrição das menores faltas cometidas; e um cuidado constante para evitar ocasiões de pecado.

“Da mesma forma, o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir nem como pedir: é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis. (Rm 8, 26)”.

A maior riqueza que Deus deixou para nós, foi a de sermos templos do Espírito Santo. Somos humanos e por isso, muitas vezes não sabemos como nos aproximar de Deus, nem como nos colocar na presença de Deus. Como a própria Palavra diz, nós não sabemos o que pedir, nem como pedir, nesta hora o Espírito intercede por nós e em nós com gemidos inefáveis, a oração em línguas (Rm 8, 26).

Quando nos colocamos à disposição do Espírito de Deus, é Ele mesmo que nos leva a falar com Deus, aquilo que realmente estamos necessitados naquele momento, seja um louvor, um agradecimento, um pedido, Deus é quem sabe. Podemos pedir a Deus que ore em nós pelo Espírito Santo, pois é Ele que vem em auxilio às nossas fraquezas.

Deus sabe quanto somos fracos, por causa da nossa natureza humana; por isso, por Seu amor por nós, nos deu o Espírito Santo, para sermos conduzidos por Ele, para sermos íntimos dele. Esta intimidade nos ensina a rezar da forma que não sabemos com nossas próprias palavras, é aí que o Espírito ora em nós de forma que não entendemos. O Dom de línguas é um carisma, um Dom do Espírito Santo para edificação da comunidade. No comentário dos padres antigos, isso parece ter desaparecido ou, pelo menos, havia certo embaraço em explicar esse Dom. Parece que o abuso disso pelos hereges montanistas provocou desinteresse dos fiéis.

Com a graça do derramamento do Espírito Santo sobre toda a Igreja nos últimos anos, pela Renovação Carismática Católica, não só esse Dom, mas todos os Dons carismáticos do Espírito Santo, nos dão a oportunidade de nos aproximarmos mais de Deus, assim de sermos mais de Deus. Infelizmente, muitos que não conhecem esse Dom, fazem como os judeus fizeram com Maria, Pedro, e todos os que estavam em Pentecostes, chamando-os de bêbados. Os que têm essa graça, chamam de embriaguez espiritual.

Somos todos convidados a sermos embriagados pelo Espírito Santo. Deus que nos conhece e nos ama, está disposto a nos batizar no Espírito Santo. Não sabemos o que pedir a Deus, nem como, mas deixando o Espírito Santo orar em nós por nós, seremos completamente agraciados por aquilo que realmente estamos precisando.

Senhor, neste momento eu me coloco na tua presença, como os Apóstolos naquele Cenáculo com Maria. Estou com medo, triste, preocupado, sem saber o que fazer na minha vida, mas clamo a Ti que me envie o Espírito Santo. Sou fraco, por isso vem Espírito Santo, ora em mim. Vem em auxilio as minhas fraquezas, intercede por mim, em mim, com gemidos inefáveis. Dai-me os Teus Dons e Teus Carismas. Que eu seja, conduzido por Ti Espírito Santo. Que eu seja intimo do Teu Espírito Santo. Ora em mim, Espírito Santo, com gemidos inefáveis. (Agora, feche os seus olhos e se deixe conduzir pelo Espírito Santo, soltando a sua voz como criança que não sabe falar, mas o único som que sai é o da sua voz, não com palavras entendidas por você, mas com sons inexplicáveis, que só Deus entende. Faça agora esta experiência, pedindo: Batiza-me, Espírito Santo, com todos os Seus Dons e Carismas). Amém.

Fonte:CN>

domingo, 16 de maio de 2010

Mãe é o beijo de Deus na alma da gente

Mãe é o beijo de Deus na alma da gente

Sagrado templo da sensibilidade humana.
Cuidado eterno temperado com doçura.
Mãe é vida,
é brilho,
é luz!
Seu colo é o berço de meu ânimo.
Leite da misericórdia,
sustento da minha alma.
Dádiva do Criador.
Sobrevivência dos primeiros anos
e Sabedoria nos últimos.
Bendita flor no jardim da existência.
Coração aberto de amor e ternura.
Sinto que toda minha gratidão nunca será suficiente,
mas sei que o menor gesto,
um tesouro a estar sempre em sua memória,
Pois mãe é o rosto do Amor verdadeiro,sem esperar ser mérito, entrega própria vida pra gerar vida

Que Deus abençoe você, mãe, e te dê cada vez mais a capacidade de amar

Parabéns a todas as mães!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sempre com Maria!


Sempre com Maria!
Maria não se cansa de dizer a Jesus o que está faltando em nossa casa

"Eles não têm mais vinho" (Jo 2,3).
Iniciamos o "simpático" mês de maio. As Comunidades e Paróquias de toda parte sempre se organizam e preparam uma filial homenagem a Virgem Maria, abrindo o mês consagrado e dedicado a Nossa Senhora!
Neste mês, com muita fé e confiança, queremos clamar com Maria, ao Pai Altíssimo, que continue derramando ricas bênçãos sobre nós e sobre nossas famílias. Com Maria, queremos entregar nossas dúvidas e nossas certezas ao Sagrado Coração de Jesus.

Ao olharmos para a vida, história e missão de Nossa Senhora, nós percebemos a ternura de Deus. Pois, Maria nos ensina – por suas palavras e atitudes – que Deus está sempre conosco; que Ele caminha, acompanha, protege e conduz a nossa vida, abrindo o "Mar Vermelho" dos tempos atuais, para que consigamos atravessar o desafiante "Mar da Vida", a cada momento.

Nas Bodas de Caná da Galiléia, Maria disse ao seu Filho Jesus: "Eles não têm mais vinho" (Jo 2,3). Com esta atitude, Maria nos ensina que ela é uma mãe sempre atenta às necessidades de cada pessoa e de cada família.

Existe uma interpretação deste trecho bíblico, que vê no vinho, o símbolo do amor. Ou seja, o pedido de Maria era que Jesus colocasse mais amor no coração de todos daquela festa de casamento. Nós bem sabemos o drama que é quando nos falta amor!

As nossas famílias enfrentam muitos desafios. O matrimônio é atacado a cada instante. Muitos fazem uma verdadeira guerra contra os princípios e os costumes essenciais que salvaguardam e defendem a família. E é diante deste contexto que nós, com mais intensidade, precisamos clamar a Deus, contando sempre com a intercesão de Nossa Senhora. Ela que acompanhou Jesus a todo instante, acompanha também as nossas famílias. Ela que viu Jesus crescer, acompanha o desenvolvimento de cada família abençoada por Deus. Ela que esteve presente no doloroso caminho ao Calvário, olha com olhar de mãe para o Calvário das famílias de hoje. Maria que esteve em pé diante da Cruz de Jesus, continua de pé e vigilante diante da Cruz do dia-a-dia de nossa família! Nós podemos contar com a constante intercessão dela junto a Jesus. Pois, Maria não se cansa de dizer a Jesus o que está faltando em nossas casas.

Lá em Caná faltou vinho! E hoje em dia, o que está faltando em nossa vida familiar? Está faltando o vinho da saúde? O vinho do diálogo? O vinho da fé? O vinho da fidelidade? O vinho da misericórdia? O vinho do perdão? Que "vinho" está faltando em sua vida? Com toda fé e confiança "peça à Mãe, que o Filho atende"!

Quando o nosso coração se volta e se abre para Maria, o nosso coração se encontra com Jesus. Pois, todo o esforço dela é nos conduzir a Jesus. Nas diversas aparições de Nossa Senhora, ela continua repetindo o mesmo apelo que fez em Caná da Galiléia, ou seja, "fazei tudo o que Ele vos disser" (Jo 2,5).

Este mês de maio será uma bênção! Pode acreditar! Neste mês, muitas graças serão derramadas do Céu, por Deus, através das mãos de Maria. Muitas conversões acontecerão pelo exemplo de Nossa Senhora. Vai florescer a fé em corações e lugares que a gente nem imagina. Pois, o amor de Maria é sempre exuberante e abundante!

Claro que neste mês estaremos sujeitos a provações e ondas fortes querendo nos afogar e até nos perseguindo! Mas, com Jesus e com Maria, nós vamos vencer! Quem adora a Jesus e ama a Maria consegue tirar boas lições para sua vida, inclusive nos momentos de tempestades!
Que este mês tão especial nos motive a continuarmos caminhando com passos firmes e seguros no seguimento de Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida!
Que a nossa voz se una com a voz de Maria e juntos continuemos clamando ao Pai do Céu: "Dai-nos a bênção"!


Fonte: CN - Padre Silvio Andrei

domingo, 2 de maio de 2010

Reflexões sobre a justiça e o Papa

Reflexões sobre a justiça e o Papa

Reflexões sobre a justiça e o Papa

Ratzinger é um pensador, um respeitado filósofo, reconhecido autor de uma obra consistente

Aristóteles dizia que o primeiro passo para a injustiça é a generalização. Ser justo significa ser verdadeiro e reto. Inverdades estão sendo desferidas contra o Papa como se fosse um criminoso ou pactuasse com a criminalidade.
A prática da Pedofilia é crime. Em alguns casos, crime hediondo. Merece repúdio e sanção. Ato abjeto, condenável, qualificado na esfera legal como singular exemplo de hediondez.
A pedofilia, entendida como a perversão sexual na qual um indivíduo tem atração sexual dirigida para crianças ou para adolescentes em início de puberdade, pode se exteriorizar em diversas condutas consideradas criminosas pelo Direito. São exemplos de crimes previstos no Código Penal os seguintes: estupro de vulnerável (“ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos” – art. 217-A), corrupção de menores (“induzir alguém menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem” – art. 218), satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (art. 218-A) e favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (art. 218-B). Há também outras leis reprimindo a prática de pedofilia, como é o caso do Estatuto da Criança e do Adolescente, que criminaliza condutas de exposição de imagens de caráter sexual envolvendo crianças e adolescentes, nas mais variadas mídias, inclusive na internet (art. 241).

É importante destacar que o crime de estupro de vulnerável, incluído pela recente Lei 12.015/09, caracteriza-se inclusive quando a prática sexual tenha sido consentida pela criança ou pelo adolescente menor de 14 anos. Isso porque a lei traz uma presunção de violência, ainda que de ordem moral e mental, quando se pratica relação sexual com pessoa nessa idade. Não bastasse, para a caracterização do crime, não é necessário que se tenha consumado uma conjunção carnal, sendo suficiente que tenha havido atos libidinosos, quer se trate de relação heterossexual, quer se trata de relação homossexual.

E a pena para esse crime, que é considerado hediondo pela lei, é de reclusão de 8 a 15 anos.
O atual estágio civilizatório se erige sobre postulados arduamente conquistados, dos quais não se pode abrir mão, sob pena de retorno à barbárie. A opção pelo processo judicial já consiste em escolha ética, a substituir a justiça de mão própria.

Dentre os dogmas do processo penal contemporâneo, situam-se o contraditório e a ampla defesa e o princípio de que a sanção incidirá sobre o criminoso e não resvalará sobre outras pessoas.
O eixo da individualização da responsabilidade parece ter sido afetado nestes dias, por uma teimosa insistência em atribuir a Bento XVI culpa que ele não tem.

Em seu pontificado, o Papa reiterou o repúdio em relação a qualquer inobservância aos preceitos evangélicos. E sempre defendeu a dignidade humana. Sua primeira Encíclica foi sobre o Amor. Emocionou-se nos campos de concentração, sensibilizou-se com vítimas de desastres da natureza, acolheu mulheres e homens de todos os cantos do planeta, mostrando-se sempre magnânimo, terno e afável.

Em relação à pedofilia na Igreja, nítida a sua consternação. Pediu perdão às vítimas, lamentou que mais essa chaga continuasse a ser acrescentada ao atemporal sacrifício do Salvador. Diante disso, como se justifica o furor em execrá-lo, se não é pedófilo, se perfilhou frontalmente contra esse crime - se nunca se acumpliciou com os que agiram de forma injusta e criminosa?

Os infratores são eles, não o Papa. Este é o chefe de uma Igreja que tem milhares de sacerdotes santos, de leigos a caminho da santificação. Mas que é instituição humana, também falível e pecadora. E que, definitivamente, não é a instância encarregada de julgar os infratores da lei penal. Que cada infrator responda pelos seus atos e que seja julgado, conforme a lei.

Ratzinger é um pensador, um respeitado filósofo, reconhecido autor de uma obra consistente. Já integrava a Pontifícia Academia Vaticana de Ciências, seleto grupo de intelectuais de todo o mundo, sem distinção de crenças e dentre os quais figuram muitos galardoados com o Prêmio Nobel. É esse o homem que conduz, com sabedoria e prudência, a Igreja Católica.

Justiça, verdade, felicidade. Os valores aristotélicos continuam a nos desafiar. Punamos os que de direito e respeitemos os que fazem da missão um oráculo ao amor.

Fonte: CN - GABRIEL CHALITA