sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O segredo da felicidade: amar e perdoar !


O segredo da felicidade: amar e perdoar !


O segredo da felicidade cristã é amar.
E a ação de amar exige de nós, imediatamente, uma outra atitude concreta: perdoar.
Um coração cheio de amor está, necessariamente, sempre disposto a perdoar. Ao mesmo tempo, somente perdoando é que teremos um coração livre para amar, livre para Deus, livre para a vida em abundância que nos é oferecida pelo Senhor. O amor cristão, longe de ser coisa humana, é algo sobrenatural, um poder invencível, alguma coisa a que não se consegue resistir, é o amor do próprio Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
A marca do cristão é, pois, o amor.
É por esse amor que somos distinguidos no mundo.
Trata-se de um amor que se doa por inteiro ao outro, um amor que brota sem cessar, amor gratuito (não espera retorno) e efetivo (concreto, constante, incondicional, decidido), amor que tudo supera, que procura compreender, que se coloca no lugar do outro, que tudo perdoa.
É esse o padrão de amor a que somos chamados por Jesus. Ele nos manda amarmos como Ele próprio amou.

Uma das passagens do Evangelho que mais me faz refletir é: “E Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” (cf. Lc. 23,34 a).

Vejam, Jesus exclamou isso do alto da Cruz, ou seja, no ápice de sua dor moral e física, de seu sofrimento (que na verdade cabia a nós).
Em meio a toda a humilhação, descaso, desprezo, desamor, palavras duras, deboche, traição, agressão, injustiça, ainda aí o amor falou mais alto em forma de perdão.
A “opção” (atitude) de Jesus foi nos comunicar o perdão.
E que poder continha esta “opção”!!!
O perdão de Jesus fez os infernos tremerem, aquilo que era maldição foi substituído por bênção recaindo sobre toda a humanidade, aquele gesto confundiu Satanás.
Também nós somos chamados a fazermos esta “opção” poderosa pelo perdão a todos aqueles que nos ofenderam ou continuam a nos ofender, por pior ou maior que seja a ofensa recebida.
Em verdade, quando ofendemos alguém, não sabemos a real extensão da ferida que estamos causando no coração do outro, sempre achamos que não foi tão grave assim, ou que estávamos com a razão; o contrário também acontece.
A pessoa que nos ofende não conhece a extensão da ferida que nos está causando; ela não sabe o que está fazendo.
Você pode ser até tentado a pensar: “É fácil ele falar de perdão, mas não conhece a minha vida, a situação de dor, de ofensa pela qual estou passando ou já passei.
Ele não conhece aquela pessoa que tanto me feriu, que tanto me fez mal...” Irmão, irmã, se você está pensando assim, deixe ecoar mais uma vez estas palavras de Jesus: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem!” Diante do exemplo que Jesus nos deixou, podemos afirmar que perdoar é sempre possível.
Assim como nós fomos e somos achados dignos do perdão de Deus, todos os homens também são dignos do nosso perdão.
Isso é fazer a vontade do Senhor, é o segredo para sermos felizes, livres no Espírito, abertos para Deus.

Perdoar é uma livre decisão tomada por uma pessoa.
Por pior que seja a ofensa, por mais dolorosa que seja a ferida causada, por mais incompreensível que seja a atitude do ofensor, podemos e devemos decidir-nos pelo perdão sempre.
Assim como eu decido não falar mais com alguém, posso igualmente decidir perdoá-la e falar de Jesus para ela.
Assim como eu decido desprezar alguém, posso decidir também perdoá-lo, amá-lo e dar-lhe mais atenção. Assim como eu decido me vingar de uma pessoa, posso decidir, igualmente, perdoá-la e orar por ela. Em todas as situações podemos e devemos aplicar o antídoto do perdão. Verdadeiramente, este é um desafio, mas quem o supera – com Jesus – bebe de fonte inesgotável de paz, alegria, bem-estar, liberdade no Espírito. São Pedro nos exorta:
“Finalmente, tende todos um só coração e uma só alma, sentimentos de amor fraterno, de misericórdia, de humildade. Não pagueis o mal com mal, nem injúria com injúria. Ao contrário abençoai, pois para isto fostes chamados, para que sejais herdeiros da bênção” (I Pd. 3, 8-9). De uma simples interpretação deste texto sagrado depreendemos que para sermos herdeiros da bênção, precisamos, antes, ter sentimentos de amor fraterno, de misericórdia, ou seja, decidir perdoar.
Em outras palavras: queres ser abençoado? Decida-se pelo perdão, pelo amor, pela doação ao irmão. Falta de perdão é como um ácido que corrói tudo de bom que temos em nosso coração.
Quando retemos o perdão passamos a ser tristes, amargurados, mal-humorados, ranzinzas, insatisfeitos, fechados, enfermos.
O remédio para os relacionamentos desgastados, tais como casamentos, namoros, amizades, relação entre irmãos, entre pais e filhos é o perdão decidido e irrevogável.

É preciso esclarecer que esta decisão não configura uma força meramente humana, um poder mental, uma disposição alheia a Deus, não!
Ao contrário, é algo sobrenatural; Jesus mesmo nos ajuda nesse desafio, Jesus mesmo trabalha na situação, Ele fica entre ofensor e ofendido, o próprio Espírito Santo nos capacita e impulsiona a este gesto concreto de amor.
O Espírito Santo é especialista em refazer relacionamentos rompidos ou corroídos. Ele cria um clima de amor em nossa vida, em nossas faculdades, mostra-nos os benefícios do perdão, convence-nos do mal. No entanto, Deus não suprime nosso livre arbítrio; precisamos QUERER PERDOAR!!!
Assim, se quisermos perdoar àqueles que nos ofenderam, àqueles que nos fizeram tanto mal, que nos agrediram, que nos tiraram algo ou alguém muito caro, Deus mesmo irá favorecer-nos com seu poder sobrenatural e miraculoso, porque vê a intenção do nosso coração.
Além disso, quando tomamos a decisão de perdoar, saiba que certamente Deus já começou a trabalhar no coração do ofensor também. Trata-se de uma realidade espiritual; quando me abro ao perdão, libero a bênção para mim e para quem me ofendeu.
Por outro lado, quando me fecho ao perdão, prendo o ofensor no meu coração e me torno insensível à bênção divina; crio um obstáculo à graça, à paz, à alegria, à liberdade no Espírito.
Faça um levantamento das pessoas as quais você precisa perdoar. Lembre-se: é uma decisão!
Que o Espírito Santo nos confirme na decisão de perdoar a todas as pessoas que um dia nos ofenderam, ainda que mortalmente; também àqueles que, de alguma forma, nos ofendem constantemente, porque como nós, são filhas e filhos amados de Deus, merecedores da bênção divina e do amor fraterno.

Fonte: Vinícius Rodrigues Simões (Coordenador Estadual do Ministério de Formação – RCC/RJ)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Por que insistir no que já passou? Tudo se faz novo hoje

Por que insistir no que já passou?
Tudo se faz novo hoje .

Interessante que a cada manhã que desperta, o Senhor na plenitude do seu amor por cada um de nós, nos dá um novo dia, não para vivermos como o dia de ontem, mas para vivermos a novidade própria deste dia que se chama hoje. Isso precisa alegrar muito o nosso coração, porque tudo se faz novo, e podemos e devemos viver de maneira nova. Significa que Deus está sempre à nossa disposição para nos amar e perdoar. Passou o que era velho, e não podemos insistir em arrastar os fardos de ontem, e nem os de dez ou de vinte anos atrás. A nossa atitude deve ser esta: Senhor, o que queres hoje de mim? O amor de Jesus zera as nossas dívidas, e nos dá a oportunidade de recomeçarmos de maneira nova; basta que tenhamos a coragem de humildemente pedir perdão pelas nossas faltas cometidas, e também de perdoar aqueles que erraram conosco. É tudo muito simples porque Deus é simples demais.Estamos vivendo um momento favorável para entregarmo-nos inteiramente Deus, permitindo assim que Ele transforme toda a nossa vida. Estamos na quaresma, que nos chama diretamente à conversão."Tende piedade, ó meu deu, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa! (Sl 50)
Jesus, eu confio em vós!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Precisamos despertar para o novo


Precisamos despertar para o novo

Estamos numa linda caminhada de mudança de mentalidade, de transformação e de libertação. Se observarmos, em muitas passagens do Evangelho, Jesus está cercado por uma multidão e sempre está ensinando e instruindo aquele povo. Hoje não é diferente: Ele continua instruindo-nos e aconselhando-nos através da sua Palavra, para que enxerguemos a vida e as pessoas com uma nova ótica.Veja o conselho d'Ele para o dia de hoje:"Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei o bem oas que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis filhos de vosso Pai do céu, pois Ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos" (Mt 5, 44-45).Essa Palavra é muito clara: precisamos pedir a Deus a graça de vivê-la. A lógica de Deus é diferente da nossa, mas à medida que vamos sendo dóceis à Palavra de Deus, a semellhança d'Ele em nós vai sendo restaurada, incluvise, se prestarmos atenção, até mais bonitos fisicamente nos tornamos.Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso.

Jesus, eu confio em Vós!

TUDO FAZER PELO PODER DE DEUS


TUDO FAZER PELO PODER DE DEUS


A oração é a chave para obtermos a graça de que necessitamos

Quando Paulo evangelizava, não o fazia apenas com palavras, mas com poder. A sua pregação penetrava os corações e as pessoas mudavam suas vidas. Ele mesmo dizia: “A minha palavra e a minha pregação longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria; eram, antes, uma demonstração do Espírito e do poder divino, para que vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (I Cor 2, 4-5)

As coisas de Deus não são feitas pela força, por meio de imposição, mas de poder espiritual. Por isso, Deus escolheu os fracos, com intuito de confundir os fortes desse mundo (cf. I Cor 1, 27). Trata-se de um poder verdadeiro, real. Quando rezamos com fé, antes de terminarmos a nossa oração, Deus já nos atende.

Os apóstolos compreenderam bem esse ensinamento de Jesus, enfrentando estruturas terríveis. Eles tiveram de se confrontar com o poder político, com várias filosofias, as várias religiões, a mentalidade, cultura e vícios próprios daquela época e de todo tipo de paganismo. Mas não fugiram do combate e não se entregaram, mesmo sabendo que estavam diante de desafios terríveis e de inimigos humanamente invencíveis. Puseram-se de pé para lutar revestidos – não das armas da carne –, mas pela força do Espírito Santo. Assim, conseguiram sobreviver a um dos impérios mais fortes de todos os tempos: o Império Romano.

Falamos de pessoas comuns, como eu e você, mas cheias de fé e ricas em força interior. Gente que talvez soubesse poucas teorias sobre o Espírito, mas que, na prática, trazia o coração cheio do Espírito Santo.

Essas pessoas não dispunham das facilidades e dos recursos que temos hoje, mas algo as tornava fortes e invencíveis: apesar de serem homens e mulheres muito frágeis e limitados, o Espírito Santo era tudo em cada um deles.

Tudo podemos por meio da oração. Através dela, Deus nos dá o que ainda não temos. Por isso, o fraco se torna poderoso quando reza, pois Deus lhe empresta o seu poder. O Senhor nunca deixa de atender aquele que pede como convém. Ele está sempre pronto para ouvir as nossas orações.

Quando você se sentir oprimido e atribulado, quando for visitado pela angústia, tenha fé em que há uma saída. Não lamente. Chegou a hora de invocar o Espírito Santo e rezar sem se deixar abater pelo desânimo e pela reclamação. Quem fica reclamando da vida, passa a vida reclamando.

Reze! O Senhor o ouvirá. A força da nossa oração, para obtermos a graça de que tanto necessitamos, não vem dos méritos ou de uma vida perfeita, mas da bondade de Deus. Confie na misericórdia do Senhor!

Quando um homem e uma mulher, sabendo que são fracos, avançam revestidos pela oração, o mal perde todo o poder sobre eles e não pode atingi-los, porque a oração é uma arma poderosa contra todas as ciladas e investidas do demônio.

A oração se torna, para nós, como uma palavra inspirada, torna-se como que um lugar de onde tomamos posse da Palavra de Deus e a proclamamos para nossa libertação. Ela se torna como que uma vara que irá ferir o opressor e com o seu Espírito ela destruirá o maligno (cf. Is 11,4).

Como viver o tempo da Quaresma?


Como viver o tempo da Quaresma?

Crie em sua casa ou no seu quarto um ambiente convidativo à oração

A Quaresma é um tempo de graça, um verdadeiro Kairós, tempo da manifestação de Deus. Este tempo tem como característica duas realidades muito importantes:

1. Olhar para Jesus;

2. Conversão.


Neste tempo, somos levados pela Igreja a seguir Jesus em seus últimos momentos de vida para – junto com Ele – aprendermos o que é o amor e a misericórdia. Por diversas vezes, o Senhor vai se revelando como o rosto misericordioso do Pai, assumindo até as últimas conseqüências a vontade do Pai, que é salvar a cada filho. É um caminho de “subida”, não só para Jerusalém, mas até o mais alto grau do amor que se concretiza na cruz.

Jesus, muitas vezes, vai anunciar sua Paixão dizendo que o Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado e morto, mas no terceiro dia ressuscitará. Vemos nesses anúncios também o desejo do Senhor de se entregar. Está aí a sua disposição em dar até a própria vida em nosso resgate. Ele não somente falou a respeito do amor que se revela ao dar a vida pelos amigos, mas o fez em sua própria vida. Assim, tornou-se o exemplo mais sublime que devemos seguir para realmente sermos felizes.

Quaresma é também conversão, revisão de vida e mudança de atitude. Tudo concorre para isso nesse período: a liturgia, os cânticos, as orações. É tempo de olhar para tudo o que temos vivido e como temos vivido: nossos relacionamentos em casa, no trabalho, na escola, nosso relacionamento com Deus. Será que Ele tem sido o nosso tudo? Nossa relação com Ele é de confiança, de intimidade e amor?

Quaresma é tempo do perdão. O profeta Isaías nos diz no capítulo 30, 18: “Em vista disso, o Senhor espera a hora de vos perdoar. Ele toma a iniciativa de mostrar-vos compaixão, pois o Senhor é um Deus justo – felizes os que nele esperam”.

É um tempo de grande graça. É o Senhor quem toma a iniciativa de nos mostrar compaixão. Em nossas paróquias, além do tempo normal de confissões, temos os mutirões de confissão, celebrações penitenciais. Tudo se torna propício para nossa conversão. Por isso, não podemos perder tempo.

Algumas atitudes nossas podem nos ajudar a mergulhar fundo nessa graça.
Por exemplo: - Aproveite esse tempo para silenciar um pouco, criar um clima de interioridade, evitando músicas muito altas em casa, no quarto; valorizando as que nos levam a uma maior reflexão e oração.

- Separe um tempo do dia para a oração pessoal. Crie em sua casa ou no seu quarto um pequeno altar, ali coloque um crucifixo, uma vela, a Bíblia aberta, para que o ambiente seja convidativo à oração.

- Nas sextas-feiras, se for possível, medite as estações da Via-Sacra. Isso o ajudará a mergulhar no mistério da Paixão do Senhor.

- Durante o tempo quaresmal se proponha a também fazer obras de misericórdia. Por exemplo: visitar um doente, visitar um asilo, levar alguma ajuda concreta a uma família mais carente, como roupas que você já não esteja usando ou alimentos. Tudo isso gerará em seu coração um sentimento de alegria por poder fazer algo de bom a alguém.

- Quaresma é tempo de perdoar e de pedir perdão. Se você tem alguém, a quem precisa perdoar, peça a Deus a graça de conceder esse perdão e se foi você que feriu esse alguém, dê o passo em direção à pessoa e peça perdão. É tempo de reconstruir as pontes de reconciliação.

- A confissão é fundamental nesse tempo, não deixe para a última hora, procure o sacerdote no decorrer da Quaresma para que, auxiliado pela graça desse sacramento, você colha todos os frutos deste tempo.

A Quaresma é entendida como um grande retiro, um retiro de 40 dias, no qual nos voltamos de coração sincero para o Senhor e d’Ele recebemos uma nova vida. Já há alguns anos, nós da Canção Nova temos feito essa experiência por meio do retiro popular de Dom Alberto. Ele nos tem possibilitado viver esse tempo de maneira intensa e profunda. Esse é mais um modo de se viver bem esse período.

O importante é que eu e você tomemos consciência de tudo o que o Senhor deseja realizar em nossas vidas e nos esforcemos para não deixar a graça passar.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

A graça de ouvir Deus


A graça de ouvir Deus

"Fala-me, Senhor, que o teu servo escuta" (1 Samuel 3,10). Nesse mesmo livro, vemos que Ana concebeu e deu à luz Samuel. No ano seguinte, ela o levou ao sacerdote Heli a fim de oferecê-lo a Deus, entregando-o para que ele servisse ao Senhor desde sua primeira infância. No entanto, os olhos de Heli já não conseguiam enxergar, não apenas porque ele estava ficando velho, mas porque seus dois filhos se aproveitavam da situação dele para administrar o templo para o próprio prazer e vantagem. Heli via tudo aquilo, mas não tinha coragem de repreendê-los, de mudar a situação deles e dos outros que rodeavam o altar. Por isso, a expressão: "Os olhos de Heli estavam se apagando". Meus irmãos, temos aqui um retrato do mundo atual, da situação religiosa do povo de hoje. O que está escrito a respeito dos filhos do sacerdote Heli está acontecendo também na Igreja. Veja quantos estão aproveitando-se do Evangelho, criando “igrejas” por aí, não com o objetivo de evangelizar, mas para as próprias vantagens. Essa Palavra é mais do que nunca atual. Precisamos ter ouvidos abertos, atentos para ouvir Deus, porque as coisas não vão mudar se nós não tivermos coragem de enfrentar as situações e mudá-las. Não que o Senhor fale com uma voz audível, mas o faz em nosso interior, no nosso coração. Só assim teremos a coragem de mudar as coisas, primeiro neste templo que somos nós.

Criação de leis e normas absurdas


Criação de leis e normas absurdas

Nunca crie uma lei para outra pessoa cumprir

Na elaboração de um dossiê, criamos leis e normas absurdas, as quais deveriam ser cumpridas pelo outro, mesmo sem conhecê-las. Na verdade, são regras não executáveis, a não ser em nossa cabeça. Mas o não-cumprimento dessas leis, criadas por nós mesmos, aumenta ainda mais a decepção.

Quando tentamos impor uma lei sobre algo que não podemos controlar, criamos uma porta sempre aberta para o ressentimento. Não adianta tentar mudar o que não pode ser mudado. Não adianta querer influenciar quem não deseja ser influenciado. Essas tentativas geram fracassos e esgotamento emocional.

As leis e normas absurdas que criamos são baseadas na expectativa que temos a respeito de como algo deveria ser ou como alguém deveria se comportar ou pensar. Quanto maior o número de leis criadas, para que outros cumpram, maior será a chance de nos machucarmos. Não existe neste planeta nenhuma pessoa capaz de cumprir todas as normas que achamos que devem ser cumpridas.

Não devemos confundir algo inesperado com algo indesejado. É imbecilidade pensar que as coisas acontecerão sempre como planejamos ou determinamos. Só deveríamos esperar resultados concretos de fatos e acontecimentos que estejam sob o nosso controle. Fora isso, é sofrimento na certa. Por melhor e mais justa que seja a norma, você não tem poder de executá-la. Nunca crie uma lei para outra pessoa cumprir. Até as promessas, que alguém faz, são nulas. A lei pode ser boa, justa e maravilhosa, mas, se não depende de você para ser cumprida, não a crie nem a divulgue.

Algumas dessas leis são mais comuns do que imaginamos. Exemplos: Meu marido tem que ser fiel; Ninguém deve mentir para mim; A vida tem que ser justa; As pessoas têm que me tratar como eu quero e mereço; Minha vida tem que ser tranqüila; Amanha teremos um lindo dia de sol; Meu passado deveria ser diferente; Meus pais deveriam ter me tratado melhor; Meu chefe deve reconhecer meus esforços; O outro precisa mudar de vida; Tenho que achar o culpado por esse problema; Enquanto não tiver uma explicação não ficarei tranqüilo; As pessoas terão que agir ou reagir assim; Preciso de compreensão; Amo tanto, devo ser correspondido; Não quero e não posso sofrer; Não vai chover; Todos devem me parabenizar; Eu devo receber um prêmio pelo trabalho executado.... Por mais justas e bonitas que possam ser essas leis, elas não dependem da gente. Logo, esperar que sejam cumpridas é preparar-se para sofrer as conseqüências terríveis do ressentimento.

Nunca devemos questionar o porquê das coisas acontecidas. É preciso ter maturidade suficiente para questionar: Para que isso? O que posso aprender com tudo isso? Como esse fato acontecido pode contribuir para que eu seja melhor, mais amadurecido e sereno? O que preciso aprender para sofrer menos?

Jogue fora esse dossiê. Ele é hoje seu maior inimigo. O dossiê é uma cadeia que nos prende e nos mata por dentro. O ressentimento instala dentro do coração o mal que está fora de nós. É preciso ter coragem de dar mais atenção e valor às coisas e pessoas boas, ao bem que as pessoas nos fazem.

(Artigo extraído do livro “Gotas de Cura interior”) Autor: Pe. Léo -SCJ

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Só os dons do Espírito Santo nos libertam


Só os dons do Espírito Santo nos libertam

Hoje o Senhor está à porta. Ele está muito perto, muito perto mesmo. Claro que, para Deus, mil anos são como um dia, e um dia são como mil anos. Por isso é que se faz necessário que estejamos suficientemente convertidos. E enquanto aguardamos a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo, precisamos dos dons do Espírito para a nossa transformação pessoal.
Deus foi nos buscar nas "encruzilhadas" da vida e nos trouxe para a sala do banquete da festa do seu Filho que está para chegar. Somos a noiva aguardando o Esposo. Há ainda muitos irmãos na "rua". Somos enviados a buscá-los; este é o nosso trabalho: ir e voltar. Estamos na "sala", já temos um lugar garantido. Nosso trabalho é ir e voltar, trazendo irmãos para a "sala do banquete", para que todos aqueles que são do Senhor e querem aceitar o seu convite venham.
Façamos este trabalho por nossos irmãos machucados, amarrados, presos, escravizados pelo inimigo. Escravizados a todo tipo de pecado, vícios e prisões. Prisões da mente, dos corações, da incredulidade. Para que eles possam vir, são necessários os dons do Espírito Santo de Deus, e todos os dons. Os dons são ferramentas com as quais libertaremos nosso irmão. Na nossa própria casa, há pessoas morrendo de sede, sede de Deus; morrendo de fome, fome de Deus. Nós não podemos negar ajuda a esses irmãos. Você não pode negar a seu marido, esposa, filhos, aos seus pais, a sua mãe, o poder do Espírito Santo; eles necessitam d’Ele.
Não nos será possível livrar nossos irmãos só com o nosso trabalho, com a nossa exortação. Se não for pelo poder do Espírito Santo, por meio dos dons d’Ele, não o conseguiremos.
Clame comigo:
Vem, Senhor Jesus. Vem agora com o teu Espírito, com poder. Vem com os dons espirituais, ferramentas para a salvação de todos os nossos irmãos. Eu preciso, Senhor, dos dons do Espírito Santo. Vem, Espírito Santo de Deus.
Monsenhor Jonas Abib

A graça de ouvir Deus


A graça de ouvir Deus

"Fala-me, Senhor, que o teu servo escuta" (1 Samuel 3,10). Nesse mesmo livro, vemos que Ana concebeu e deu à luz Samuel. No ano seguinte, ela o levou ao sacerdote Heli a fim de oferecê-lo a Deus, entregando-o para que ele servisse ao Senhor desde sua primeira infância.
No entanto, os olhos de Heli já não conseguiam enxergar, não apenas porque ele estava ficando velho, mas porque seus dois filhos se aproveitavam da situação dele para administrar o templo para o próprio prazer e vantagem. Heli via tudo aquilo, mas não tinha coragem de repreendê-los, de mudar a situação deles e dos outros que rodeavam o altar. Por isso, a expressão: "Os olhos de Heli estavam se apagando".
Meus irmãos, temos aqui um retrato do mundo atual, da situação religiosa do povo de hoje. O que está escrito a respeito dos filhos do sacerdote Heli está acontecendo também na Igreja. Veja quantos estão aproveitando-se do Evangelho, criando "igrejas" por aí, não com o objetivo de evangelizar, mas para as próprias vantagens. Essa Palavra é mais do que nunca atual.
Precisamos ter ouvidos abertos, atentos para ouvir Deus, porque as coisas não vão mudar se nós não tivermos coragem de enfrentar as situações e mudá-las. Não que o Senhor fale com uma voz audível, mas o faz em nosso interior, no nosso coração. Só assim teremos a coragem de mudar as coisas, primeiro neste templo que somos nós.

Monsenhor Jonas Abib

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A perspectiva do tempo quaresmal


A perspectiva do tempo quaresmal

A perspectiva do tempo quaresmal é a Páscoa, o mistério redentor de Cristo que lava o pecado do mundo. Na liturgia da missa, há um momento, entre outros, todos de natureza penitencial, que nela estão presentes, em que, humilhando nossa cerviz, rezamos: “Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós”.
O pecado do mundo, é aquele que herdamos de Adão, como diz São Paulo, na Carta aos Romanos que compõe a liturgia da Palavra do precedente 1º Domingo da Quaresma (Cf. Rm 5, 12-19). Nele temos a raiz do mal ínsita em nossos corações, a soberba da vida, a concupiscência da carne e dos olhos (Cf. 1 Jo. 2, 16). Por ele foi destruída a ordem da criação com a revolta de toda a Natureza e por ele fomos mergulhados nas trevas.
O Cordeiro de Deus veio ao mundo e, imolado por nós, nos obteve uma redenção eterna. Onde era grande o estrago do pecado, mais abundante foi a graça para todos os que crerem no nome do Filho de Deus e, unindo-se à sua paixão, vivam a vida nova que conduz a uma eternidade sem fim.
A penitência do cristão, e falamos especialmente deste tempo, não é uma simples abstenção dos alimentos, a realização de atos de filantropia, mas tem de nascer do coração, de um espírito humilhado como o de Davi após a sua falta, de uma consciência de que partilhamos do pecado do mundo, suas maldades, sua recusa de aceitar a Luz.
São Leão, papa, em seguimento à voz profética de Joel, nos alerta que não só na abstinência dos alimentos consiste o nosso jejum, se não corresponder a uma vontade radical de apagar do nosso coração a iniqüidade.
Ninive, alertada pela voz da Jonas, sentiu não só o pecado individual, mas também o coletivo e se impôs uma penitência, na espera da bondade de Deus. Não foi o sofrimento em si, mas um sofrimento reparador confiado na misericórdia divina. Isso não aconteceu em Sodoma e Gomorra, onde sequer havia um justo a clamar com preces e jejuns por si e pela cidade.
A Igreja nos concita a essa penitência. Um jejum e atos de misericórdia que, unidos ao sofrimento redentor de Cristo e nascidos de corações arrependidos, confiem no infinito amor de Deus: Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
É neste sentido que caminha também a Campanha da Fraternidade, instituída pela Igreja no Brasil diante de graves pecados sociais que mancham a nossa Pátria.
Todos nós estamos conscientes do desrespeito à vida que ora se pratica na sociedade. Basta abrir os jornais ou o noticiário da televisão para tomarmos conhecimento de crimes bárbaros contra a vida. Não são assassinatos que ocorrem no calor de uma discussão. São mortes planejadas e anunciadas. São mortes contratadas. Há pessoas que se prestam, por uma miséria de dinheiro, para matar por encomenda. E por que essa encomenda? Por vingança, e, mais degradante ainda, porque são empecilhos às suas intenções e empresas criminosas.
Mata-se no trânsito irresponsável. Num sistema de saúde inoperante que é capaz de gastar milhões em propaganda de anti-concepcionais, mas não fiscaliza, nem melhora e nem amplia hospitais, e muito menos, constrói novos hospitais, sem dizer no descaso do repasse das verbas de saúde pública para as beneméritas Santas Casas de Misericórdia.
A pretexto de combate à criminalidade, polícia invade e ocupa bairros-favela e trata indiferentemente moradores e criminosos na mira das armas, como se fosse numa guerra externa.
E se aprofundarmos mais, vemos as mortes silenciosas dos inocentes que não se podem defender a pretexto do supostos direitos ao prazer inconseqüente. O Estado, cuja missão primordial é defender a vida e a vida plena, tenta, por uma legislação contrária à lei natural, dar o direito ao crime. A penitência quaresmal deve levar-nos a pedir perdão por nós e pela sociedade. Deve concitar-nos à conversão e a crer no Evangelho: “Em nome de Cristo vos suplicamos: Reconciliai-vos com Deus. Aquele que não tinha experiência de pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nos tornássemos justiça de Deus.(Cf. 2 Cor. 5, 20-21). Que o Cordeiro de Deus tenha piedade de nós!
DOM EURICO DOS SANTOS VELOSOARCEBISPO METROPOLITANO DE JUIZ DE FORA, MG.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Quaresma


Quaresma


Como viver bem esse tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola?

Neste tempo especial de graças que é a Quaresma devemos aproveitar ao máximo para fazermos uma renovação espiritual em nossa vida. O Apóstolo São Paulo insistia: "Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!" (2 Cor 5, 20); "exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação." (2 Cor 6, 1-2).
Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje. Daí surgiu a Quaresma.
Na Quarta-Feira de Cinzas, quando ela começa, os sacerdotes colocam um pouquinho de cinzas sobre a cabeça dos fiéis na Missa. O sentido deste gesto é de lembrar que um dia a vida termina neste mundo, "voltamos ao pó" que as cinzas lembram. Por causa do pecado, Deus disse a Adão: "És pó, e ao pó tu hás de tornar". (Gênesis 2, 19)
Este sacramental da Igreja lembra-nos que estamos de passagem por este mundo, e que a vida de verdade, sem fim, começa depois da morte; e que, portanto, devemos viver em função disso. As cinzas humildemente nos lembram que após a morte prestaremos contas de todos os nossos atos, e de todas as graças que recebemos de Deus nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens, etc.
Esses quarenta dias, devem ser um tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola ('remédios contra o pecado'). É tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a vida dos Santos, viver um pouco de mortificação (cortar um doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos, a TV, alguma diversão, etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer as fraquezas da carne.
Na Oração da Missa de Cinzas a Igreja reza: "Concedei-nos ó Deus todo poderoso, iniciar com este dia de jejum o tempo da Quaresma para que a penitência nos fortaleça contra o espírito do Mal".
Sabemos como devemos viver, mas não temos força espiritual para isso. A mortificação fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por ele mesmo, e de maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que ele traz; é um meio, não um fim.
Quaresma é um tempo de "rever a vida" e abandonar o pecado (orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ganância, pornografia, sexismo, gula, ira, inveja, preguiça, mentira, etc.). Enfim, viver o que Jesus recomendou: "Vigiai e orai, porque o espírito é forte mas a carne é fraca".
Embora este seja um tempo de oração e penitência mais profundas, não deve ser um tempo de tristeza, ao contrário, pois a alma fica mais leve e feliz. O prazer é satisfação do corpo, mas a alegria é a satisfação da alma.
Santo Agostinho dizia que "o pecador não suporta nem a si mesmo", e que "os teus pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria". A verdadeira alegria brota no bojo da virtude, da graça; então, a Quaresma nos traz um tempo de paz, alegria e felicidade, porque chegamos mais perto de Deus.
Para isso podemos fazer uma confissão bem feita; o meio mais eficaz para se livrar do pecado. Jesus instituiu a confissão em sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo da Ressurreição (Jo 20,22) dizendo-lhes: "a quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados". Não há graça maior do que ser perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar em paz com a consciência.
Jesus quis que nos confessemos com o sacerdote da Igreja, seu ministro, porque ele também é fraco e humano, e pode nos compreender, orientar e perdoar pela autoridade de Deus. Especialmente aqueles que há muito não se confessam, têm na Quaresma uma graça especial de Deus para se aproximar do confessor e entregar a Cristo nele representado, as suas misérias.
Uma prática muito salutar que a Igreja nos recomenda durante a Quaresma, uma vez por semana, é fazer o exercício da Via Sacra, na igreja, recordando e meditando a Paixão de Cristo e todo o seu sofrimento para nos salvar. Isto aumenta em nós o amor a Jesus e aos outros.
Não podemos esquecer também que a Santa Missa é a prática de piedade mais importante da fé católica, e que dela devemos participar, se possível, todos os dias da Quaresma. Na Missa estamos diante do Calvário, o mesmo e único Calvário. Sim, não é a repetição do Calvário, nem apenas a sua "lembrança", mas a sua "presentificação"; é a atualização do Sacrifício único de Jesus. A Igreja nos lembra que todas as vezes que participamos bem da Missa, "torna-se presente a nossa redenção".
Assim podemos viver bem a Quaresma e participar bem da Páscoa do Senhor, enriquecendo a nossa alma com as suas graças extraordinárias; podendo ser melhor e viver melhor.

Fonte:CN

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

E se eu for injustamente perseguido?



E se eu for injustamente perseguido?


É a visão do essencial que nos garante suportar perseguições injustas, estas são até, muitas vezes, o sinal de que estamos produzindo frutos evangélicos.Quando não se tem o essencial bem definido e próximo de nós, qualquer vento nos derruba, toda dor nos deprime e a vida pode estagnar feito água parada. Por favor, jamais perca de vista: a pessoa que você é; quem Deus o fez; qual é seu caminho; para onde está indo e qual sua parte no mundo.Se não tivermos tudo isso bem definido, é como se ficássemos sem bússola no meio da tempestade.

Quem pode resolver todos os problemas?



Quem pode resolver todos os problemas?


Na verdade, é a nossa razão que precisa ser continuamente iluminada por um coração sábio e, assim, poderá decidir bem. É esta a Sabedoria que tanto desejamos! Mais do que problemas resolvidos, queremos ter a Sabedoria para enfrentar a vida como ela é.A Bíblia ensina que o princípio da Sabedoria é o temor ao Senhor e que – concretamente – o temor ao Senhor é o ódio ao pecado. É por isso que é praticamente impossível resolver ter uma vida cristã sem a Sabedoria própria do Cristo, assim como não se concebe Sabedoria que não esteja fundamentada no rompimento com o pecado!Eis o princípio da Sabedoria! Um coração sábio, capaz de iluminar a razão para decidir romper com o pecado!Quem ainda espera resolver seus problemas, parou no tempo!

Vamos em frente!

Fonte: CN