sábado, 29 de dezembro de 2007

Ano novo, sinal de esperança


Ano novo, sinal de esperança

Um sinal de esperança resplandece para a humanidade ao festejar a entrada do novo ano. É o descortinar no horizonte da história, a proximidade de uma utopia realizável, anseio mais profundo do coração humano: a fraternidade, a justiça e a paz. O que está por vir não pode ser chamado de destino ou fatalidade. Não é algo pré-determinado, mas se constrói na marcha inexorável do tempo. Não é o destino do homem que é inexorável, mas o tempo. Dentro dele, livremente, vamos ao encontro da felicidade. Ser livre não é, simplesmente, não depender de alguma coisa ou de alguém. Ser livre é depender de quem se ama. Ser livre não é, simplesmente, amar. É amar o bem. E o bem é Deus e tudo o que conduz a Deus conduz à felicidade.O começo de um novo ano faz-nos apalpar a passagem do tempo em nossa vida. O que passa: o tempo ou a vida? O tempo acaba, nossa vida sofre o tempo e vai além dele. Por isso o apóstolo Paulo nos recomenda: “Sabei tirar proveito do tempo presente.” (Cl 4, 5) O que é o tempo? É tudo que flui do “antes” para o “depois”, como ensina a Filosofia. O “agora” é que se interpõe aos dois. Nos dias da criação, Deus não pronunciou “faça-se o tempo”, mas disse “faça-se a luz”. (Gn 1, 3) Quando se lê no livro do Gênesis: “No princípio Deus criou o céu e a terra” (Gn 1, 1), então aí começou o tempo. Deus, que é eterno, não tem princípio nem fim. Conforme descreve o Evangelho, Ele é o princípio, anterior ao tempo: “No princípio era o Verbo, e o Verbo era Deus.” (Jo 1, 1) Deus é o princípio, enquanto fonte da criação. Deus também é o fim, enquanto toda a criação converge para Ele.Na sucessão de minutos e horas, de dias e meses, não se sente tanto a passagem do tempo quanto na zero hora de todo 1º de janeiro. A passagem do ano, sim, é sentida e festejada como o momento de alegria com sabor de vitória, sensação de que se alcançou o fim de uma escalada e começo de nova etapa da vida. Frente ao Deus da vida, cada ano que finda provoca-nos a responder à pergunta de modo bastante pessoal: minha vida cresceu, amadureceu e produziu frutos? Não é a quantidade de realizações que conta, mas o amor que as fecundou. Ações marcadas por má vontade, revolta, egoísmo, exploração do outro podem, aparentemente, somar êxitos, de acordo com critérios de sucesso numa sociedade competitiva. No julgamento de Deus, lembra-nos o apóstolo Paulo o único critério válido: “Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens, se não tiver amor sou como um bronze que soa, perdendo-se no ar. Ainda que eu tenha fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor nada sou. Ainda que eu distribua todos os meus bens aos famintos, sem amor, nada me adianta.” (cf. 1Cor 13)Ao término de 2007, o primeiro sentimento a aflorar do coração é o de gratidão pelo tempo que Deus nos tem concedido para fazer o bem. Viver na mediocridade é reduzir a medida do dom de Deus. Frustrados na vida são os que perseguem ambições além da medida. Deus não põe medidas em nossa capacidade de amar porque o seu Filho mandou-nos amar como Ele amou, sem medida, “até o fim”. (Jo 13, 1) Para isso, importante é não viver dividido no amor, tentando a veleidade de servir a dois senhores.Menos fácil do que se pensa é o desafio de outra pergunta: como será 2008? Há os perscrutadores da astrologia, cartas, numerologia, adivinhações, dos búzios que se fazem leitores profissionais do que não existe: o futuro. O passado não influi, necessariamente, no nosso futuro, sobretudo quando o presente já o transformou. Nosso presente pode ajudar-nos a construir nosso amanhã. Acima de tudo, nosso livre arbítrio, nossa capacidade de escolha é que nos conduz. Não é a luz, não são as marés, nem o despacho na encruzilhada, nem a leitura da palma da mão, nem os amuletos, nem as simpatias, nem as três batidas na madeira, nem o levantar-se com o pé direito, nem azares e sortes que nos fazem felizes ou infelizes. Quando Deus nos chama à vida e a desempenhar nossa missão no mundo, basta-nos sua palavra de encorajamento: “Não tenham medo, Eu estou com vocês.”Ano novo começa como a página em branco de um livro. A primeira frase que nela desejamos escrever é a mensagem anunciada pelos anjos de Belém na noite de Natal: “Glória a Deus e paz na terra.” Primeiro de janeiro é denso e rico de esperanças. Na entrada do ano novo, saudemo-nos com as mesmas palavras postas por Deus na boca dos filhos de Israel: “O Senhor te abençoe e te guarde. Deus volte para ti sua face e te dê a paz.” (Num 6, 23-26) Estejamos, pois, revestidos da armadura cristã: o capacete da Fé, a espada da Esperança e o escudo da Caridade. Feliz ano novo!
Dom Eduardo Koaik

Também eu posso ser uma pessoa curada?


Também eu posso ser uma pessoa curada?


Sim, pode, e não perca tempo!No perdão está a fonte de toda a cura!No perdão generoso, com vontade de abraçar o mundo, com intenção e força de alma. Mas também, no perdão sofrido, quase sem palavras e entre lágrimas; no perdão, resultado de uma decisão da mente e do coração, que querem ser de Deus.Enfim, jamais vi a cura procurar um outro atalho! Quem não se dobra para perdoar faz grande mal a si mesmo; atrasa o caminho e pode perder a alma.

Quem não perdoa, vive doente!

Ricardo Sá

Por que não tenho paciência?

Por que não tenho paciência?
A paciência, como tantas outras virtudes, é uma força que me ajuda a compreender melhor o ritmo das pessoas que me cercam e o relógio da vida. Está muito ligada com nossa habilidade de colocarmo-nos no lugar dos outros, especialmente quando o assunto são as fragilidades que possuímos.Por tudo isto, e muito mais, a paciência também é resultado de um exercício que a gente, de forma bem consciente, resolve fazer.Então eu proponho que você pare de perguntar sobre sua impaciência e inicie, com humildade, o exercício da paciência que por certo já possui.

Por favor, experimente! Você verá resultados reveladores!
Ricardo Sá

Existe uma oração que me ajude a perdoar?


Existe uma oração que me ajude a perdoar?
Claro que sim!Há alguns dias, enviaram-me esta oração que muito me ajudou e ajudará você, especialmente se você decidir-se por fazer do perdão um exercício diário de amor!Vamos rezar?
ORAÇÃO DO PERDÃO
A partir deste momento......... e para sempre,eu... (diga seu nome)
Perdôo todos os meus antepassados,
Perdôo todos os meus familiares,
Perdôo todas as pessoas que de alguma forma me ofenderam,
Perdôo especialmente quem me provocou até que eu perdesse a paciência,
Perdôo todas as pessoas que rejeitaram meu amor e o meu carinho.
Assim seja, para todo o sempre, amém!
Ricardo Sá

Por que Deus não me atende?


Por que Deus não me atende?
Bendita pergunta! Por que Deus demora e, às vezes, nem nos atende e, quando nos atende é possível que nem vejamos? Sendo que, muitas vezes, outros irão colher os frutos!Na verdade, Deus demora todas as vezes em que Ele percebe que a nossa conversão é mais importante do que o nosso pedido! Viu? É simples! O erro está em nos fixarmos no atendimento de nossas preces, esquecendo-nos de que, para Deus, nós somos muito mais importantes do que nossos pedidos. Para Deus, somos mais importantes do que nossos problemas e pedidos. Desta forma, Ele sempre nos atende! Entendeu?! Agora, se você quiser apressar as respostas de Deus, converta-se verdadeiramente e, assim, estas virão mais rápido. Basta experimentar!
Ricardo Sá

Minhas fraquezas me causam grande medo! É assim mesmo?


Minhas fraquezas me causam grande medo! É assim mesmo?
Nossa meta maior sempre será retornar para Deus!Entretanto, os caminhos desta estrada de volta revelarão sempre a pessoa que somos, nossas virtudes e fracassos. Das virtudes, gostamos até demais delas! Dos fracassos, até nos causam pânico!Quem se aproxima um pouco mais de Deus pela oração e direção espiritual, vai entendendo aos poucos que nossas fraquezas são amigas que, se ouvidas com vigilância e humildade, nos conduzirão para uma contínua conversão.São Padre Pio de Pieltrecina afirma que "Se Deus permite que você vacile em alguma fraqueza, não é porque o abandonou; ao contrário, Ele está o fortalecendo na humildade e na vigilância."Por isso, não tenha medo! Suas fraquezas podem ser, hoje, suas maiores e mais importantes aliadas!
Ricardo Sá

A quem, na verdade, tenho que perdoar!


A quem, na verdade, tenho que perdoar!


Sei que esta mensagem tem endereço seguro... Então, redobre a atenção!Dezembro é um mês repleto de novas oportunidades, você sabe disso. É Natal, Ano Novo, um tempo todo especial marcado por novas situações para gente recomeçar, não é mesmo?Por isso, perdoe a todos! Aproveite para perdoar a si mesmo; perdoe-se em suas burrices e graves erros. Perdoe a vida e seus descaminhos. Perdoe fatos e lembre-se de que perdoar é mais aceitar do que esquecer. Tem gente que não esquece e sofre muito pensado que não sabe perdoar! Bobagem! Perdão não é esquecimento, mas - muitas vezes -, é simplesmente uma aceitação profunda.Perdoe, perdoe, perdoe e agradeça muito.Só sabe agradecer, quem sabe perdoar!
Ricardo Sá

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

4º Domingo do Advento




4º Domingo do Advento
“Céus, deixai cair o orvalho; nuvens, chovei o justo; abra-se a terra e brote o Salvador!” (Cf. Is. 45,8).
Chegamos ao último domingo do Advento. Advento que é tempo propício de vigilância. Assim este domingo é o domingo do Emanuel, o “Deus conosco”. Já cantamos na antífona da entrada: “Céus, fazei descer o orvalho e faz brotar da terra a salvação, o Salvador”. (Cf. Is 45,8). Jesus, gerado pelo orvalho do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, é a realização plena do sinal da presença de Deus que o profeta Isaías anunciou ao rei Acaz, setecentos anos antes: o nascimento de um filho da jovem princesa – da “virgem”, como diz a tradução grega do Antigo Testamento, como também o Evangelho.Quem assume o nascimento de Jesus como Pai de Família é o carpinteiro José, da casa de Davi: por causa dele, Jesus nasce como filho de Davi. Mas a mensagem do anjo deixa claro que Jesus é “obra do Espírito Santo”(Cf. Mt 1,20). Filiação dupla de Jesus que é mencionada na segunda leitura de Romanos: humanamente falando – segundo a carne – Jesus é filho de Davi, mas quanto à ação divina – segundo o Espírito – ele é filho de Deus, como se pode constatar sua glorificação depois de ressuscitado dentre os mortos.
O centro da liturgia de hoje é o encontro do humano com o divino, ou do divino com o humano em Jesus Cristo, o nosso Redentor. O Evangelho de hoje nos conta a encarnação do Filho de Deus no seio de Maria de Nazaré, por obra e graça do Espírito Santo. Enquanto o evangelista Lucas se demora em descrever a anunciação, Mateus vai direto à gravidez misteriosa de Maria. E põe na curta leitura desse domingo o resumo de todo o seu Evangelho. Mateus aponta a finalidade de seu Evangelho: mostrar que Jesus de Nazaré é o Messias prometido, o Filho de Deus vivo, que libertará o povo dos pecados.Refletimos hoje o sonho de Mateus. Mateus usa o gênero literário do sonho. Mateus usa de um gênero literário para transmitir um ensinamento que Maria concebeu a Jesus sem a interferência de nenhum homem, mas com a graça de Deus, por obra do Espírito Santo. Jesus, verdadeiro homem, porque nasceu de uma mulher, mas verdadeiramente Deus, porque Filho de Deus por um milagre inexplicável aos olhos humanos.Quando Maria concebeu Jesus, por obra do Espírito Santo, ainda não estava casada com José. Era apenas noiva. Mas na Galiléia, o noivado, que podia durar um ano inteiro, tinha valor, diríamos, jurídico, e ambos se deviam absoluta fidelidade. Se uma noiva aparecesse grávida de outro homem, o noivo podia repudia-la, isto é, não tinha mais obrigações para com ela. José, não compreendendo ainda o que se passava e não querendo expor Maria a um escândalo público e a execração do povo, pensou em abandona-la. Deus se serviu da dúvida honesta para lhe revelar o fato maravilhoso, a verdadeira encarnação de Jesus. E Mateus, narrando a dúvida de José, acentuou que o filho que nascerá é o Filho de Deus.
Irmãos e Irmãs,
José escolheu para o filho o nome de Jesus. Jesus que é o Salvador. Jesus que “salvará o povo”. Jesus que significa : “Deus é a salvação”. Jesus, o nazareno, tinha uma missão específica que era salvar ao povo de seus pecados(Cf. Mt, 1,21). Jesus veio para libertar o homem do pecado, para que o homem retorne à comunhão com Deus. O nome Jesus carrega a marca forte de uma missão: JESUS SERÁ O SALVADOR DOS HOMENS. José ao colocar o nome de Jesus em seu filho adotivo adota a criança que não nascera dele. E sendo José da família de Davi, ao adotar o menino, o inseriu na linhagem de Davi, como haviam predito o antigo testamento. Jesus, da estirpe de Davi, o Emanuel, que é o Deus Conosco.Mas cabe uma reflexão para nos preparamos bem para o Natal do Salvador: que pecado é esse que Jesus veio arrancar de entre os homens? Todo e qualquer pecado. O pecado tem muitos nomes e quase sempre anda em bando. O pecado é a raiz e a fonte de toda a opressão, injustiça e discriminação. Jesus veio libertar-nos, mostrando com seus ensinamentos e, sobretudo, com sua vida, que é possível viver fraternalmente no amor e na unidade, na sinceridade e na benquerença, na ajuda mútua e no perdão dos pecados e das fraquezas, na pureza de coração e na sobriedade, na piedade filial e na simplicidade.
A oração final da Santa Missa nos fala da mensagem de Deus para nós: a mensagem do anjo é a primeira manifestação da obra de Deus que vai desde a anunciação até a ressurreição. Maria aparece aqui como a jovem escolhida por Deus, qual esposa do rei. A virgindade de Maria significa sua disponibilidade para a obra de Deus nela: virgindade fecunda, prenhe de salvação. Nela brota o fruto que, em pessoa, é o sinal de que Deus está conosco.O mistério de Jesus ter nascido sem que Maria deixasse de ser virgem significa que Jesus, em última instância, não é mera obra humana, mas antes de tudo um presente de Deus à humanidade. Seu nascimento é sinal de que Deus está conosco para nos salvar. Seu nome, Jesus, significa “Deus salva”; é o equivalente a Emanuel.
O gesto de amor dos cristãos, perdoando e amando sempre, durante o Advento, que pede uma mudança radical de atitude rumo a santidade, nos pede que abramos nosso coração para a alegria do Santo Natal. Assim Jesus continua nascendo de Maria para nos salvar. Amém!
Fonte: Padre Wagner Augusto PortugalVIGÁRIO JUDICIAL DA ARQUIDIOCESE DE JUIZ DE FORA E PRESIDENTE DO TRIBUNAL ECLESIÁSTICO INTERDIOCESANO

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Verdade e liberdade


Verdade e liberdade

O Papa João Paulo II nos diz:''Nunca se esqueçam de que seguir cegamente o impulso de nossas emoções, muitas vezes, significa nos tornar escravos de nossas paixões''.O Senhor criou-nos para sermos homens e mulheres livres. Não podemos mais nos deixar escravizar por nada nem por ninguém. Muitas pessoas adotam um falso conceito de liberdade e vivem a partir dele – numa vida totalmente desregrada e sem sentido.Quanto mais nos submetermos ao Senhor, tanto mais livres nos tornaremos; ao passo que quanto mais nos distanciarmos do Senhor, tanto mais cairemos num profundo vazio; ficando assim, de mãos e pés atados.Jesus é um Amigo exigente e aponta para metas grandiosas; pede-nos que saiamos de nós mesmos a fim de irmos ao encontro d’Ele, confiando-Lhe toda a nossa vida. 'Aquele que perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, irá salvá-la’ (Mc 8,35).Esta proposta pode nos parecer difícil e, em alguns casos, assustadora. Mas, eu lhes pergunto: é melhor resignar-se a uma vida sem ideais, a um mundo feito à nossa imagem e semelhança, ou, ao contrário, buscar generosamente a verdade, a bondade, a justiça, trabalhando por um mundo que reflita a beleza de Deus, mesmo que tenhamos de enfrentar as dificuldades que isso possa envolver?A nós cabe a decisão, e toda decisão acarreta uma conseqüência, a partir do que nós escolhermos.Deus nos criou para grandes e nobres projetos. Quanto mais nos colocarmos à disposição do Senhor, mais descobriremos o autêntico significado da nossa vida.Rezemos: ''Espírito Santo, hoje, quero viver para Jesus. Dou-te a minha mente, minhas emoções, minha vontade, meu intelecto, meus lábios, minha boca, meus ouvidos, meus olhos, tudo o que tenho e sou. Dispõe de tudo para a glória de Deus''. Jesus, eu confio em Vós!

Fonte: CN-Luzia Santiago

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Fuja das inquietações do coração

Fuja das inquietações do coração

Se perdermos a paz do coração deveremos fazer tudo para recuperá-la.
É importante sabermos que – por disposição do nosso Pai e Criador – nenhum acontecimento deste mundo é razão para que percamos ou turbemos a paz do nosso coração.
Sabendo que Deus está conosco – atravessaremos todas as tribulações com paz no coração – e suportaremos, com a alma tranqüila, todas as amarguras e contrariedades desta vida.
Por isso, quando percebermos que alguma coisa começa a nos inquietar, não demoremos em tomar a arma da oração para nossa defesa. Uma garantia que temos contra as inquietações do coração é manter sempre a mente elevada para as coisas de Deus.
Peçamos, hoje, a Jesus que nos conceda a graça de sermos homens e mulheres de paz.
Jesus, eu confio em Vós!
Fonte: Luzia Santiago

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Advento: A chegada de quem se ama

Advento: A chegada de quem se ama

Maior que a ansiedade do pai que aguarda o filho
Grandes são as expectativas daqueles que aguardam a chegada de quem se ama.
Quão prazerosos são esses momentos, os quais gostaríamos de eternizá-los, retê-los entre as mãos. Como não registrar a ansiedade dos pais ao aguardarem a chegada de um filho, sobretudo, da mãe ao ouvir o choro do bebê, que faz com que toda a apreensão seja rompida, completando assim sua alegria.
Em todas estas situações, houve uma expectativa de grande alegria, ainda vivendo os preparativos dessa chegada: preparando a casa, arrumando o enxoval, se capacitando para receber o bem-amado.
É nessa expectativa de alegria e preparativos, que vivemos o tempo do Advento. A chegada do Messias - o Deus que Salva! A chegada do Verbo que desafiou as leis naturais ainda na concepção, surpreendeu a muitos nascendo em uma manjedoura, desconcertou doutores da lei, e exaltou os pequenos, lhes garantindo a liberdade para que pudessem servi-Lo em santidade e justiça em sua presença.
Hoje, com o nosso amadurecimento, devemos perceber que as festividades natalinas passam longe de ser simplesmente um tempo de troca de presentes, mas de presentear quem sabe, a decisão e a perseverança daqueles que assumiram ao longo do ano o propósito de mudança de vida, que somente acontece através do Espírito Santo, que nos prepara para o encontro com o Cristo.
Queremos que como "o amigo do esposo, que está presente e o ouve, regozija-se sobremodo com a voz do esposo" (João 3,29), regozijar pelo nosso encontro com o Deus que É.
Bem vindo ao Advento, tempo de preparação!
Fonte: CN-José Eduardo Moura

A maturidade ideal

A maturidade ideal

Algumas pessoas, que parecem adultas por fora, têm o coração imaturo
Todos nós precisamos de cura. Para sermos curados em nossa sexualidade e em toda nossa afetividade, precisamos nos abrir ao amor de Deus. Comecei a trilhar esse caminho por meio de um grande amigo, a quem nunca conheci pessoalmente, João Mohama, sacerdote, médico e psicólogo, um santo de Deus. Ao ficar viúva, com 23 anos, deram-me de presente um de seus livros Sofrer e amar, que me ajudou a dar os primeiros passos no conhecimento do meu grau de maturidade afetiva. Foi com ele que percebi a necessidades de crescer na minha maturidade afetiva a ponto de equipará-la à minha idade cronológica.
João Mohama explica: “Hoje se sabe que todo indivíduo, homem e mulher, possui uma idade afetiva e uma idade cronológica e que ambas podem coincidir ou não. Quando a idade afetiva é inferior à idade cronológica, estamos diante de um caso de imaturidade afetiva. Quando iguala ou supera, estamos diante de um caso de maturidade”.
Algumas pessoas, que parecem adultas por fora, têm o coração imaturo. Não é sadia a imaturidade psicológica no adulto. É um fenômeno anormal. Normal é que o psiquismo vá se desenvolvendo passo a passo com o corpo, amadurecendo à proporção que o corpo amadurece.
Jesus Cristo deixou um programa para a nossa afetividade. O programa está expresso no mandamento. “Dou-vos um novo mandamento. Que vos ameis como eu vos tenho amado” (Jo 15,12).
“Amai-vos” no estilo de Jesus. No estilo maduro para o coração humano. Esse programa supõe que a nossa afetividade alcance a maturidade. Para nós cristãos a maturidade humana não é tudo, nela está incluída a santidade. Além da maturidade humana, somos chamados por Jesus Cristo a ser uma “nova criatura”, a fazer com que o Filho de Deus venha à tona em nós. É um processo que leva tempo, pois consiste em pegar a pessoa machucada, sofrida, marcada, amarrada, bloqueada e trazê-la para fora como Jesus fez com Lázaro: “Lazaro, vem para fora!” É preciso deixar a cura e a libertação acontecer.

Todos nós sabemos que a maneira como nos comportamos e nos expressamos na nossa afetividade está intimamente ligada à nossa infância. Especialmente o relacionamento com nosso pai, nossa mãe, nossos irmãos que foram modelo para nós. Gandhi dizia que "a gente imita o que admira", afirmando que o ser humano aprende por imitação.
Meu pai era muito afetuoso, não só em gestos. Passei a minha vida inteira presenciando o afeto entre meus pais e o carinho que tinham por cada filho. Suas expressões de afeto entre um e outro e conosco, seus seis filhos, fizeram de nós uma família amorosa, unida e feliz.
Numa família pode haver segurança econômica, financeira, boa moradia, mas se não houver a segurança afetiva entre os pais, expressões de afetos, o resultado será, na maioria das vezes, um adulto reprimido nos seus sentimentos de afetos, emoções de carinho, de ternura. Se acontecer de ficar doente, terá tudo, menos afeto. João Mohama chama isso de “subnutrição da afetividade na infância”. Mas ele diz também:
“O excesso de afeto pode levar à imaturidade, por vir exigir um estilo de convívio com os outros semelhante ao que se habituou a ter na infância. Serão os insaciáveis nos grupos e nas famílias. Tanto excesso como carência de afeto na infância podem gerar as seguintes expressões de imaturidade na idade adulta: desconfiança, insegurança, agressividade, dependência, hermetismo, complexos, inibições, fugas, desajustamento e até perda do sentido da vida”.
É por isso que para o cristão é tão importante o sobrenatural integrado ao natural, à sua maturidade afetiva. É o que expressa São Paulo:
“Assim, ele capacitou os santos para obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até chegarmos, todos juntos, à unidade na fé no conhecimento da filho de Deus, ao estado de adultos, à estatura do Cristo em sua plenitude. Então, não seremos mais como crianças, entregues ao sabor das ondas. Ao contrário, vivendo segundo a verdade, no amor, cresceremos sob todos os aspectos em relação a Cristo, que é a cabeça (Ef 4,12-14ª.15).
Este é o trabalho da graça de Deus em nós, e todos nós devemos colaborar. Pelo Espírito Santo que nos santifica vamos rumo à nossa maturidade humana e cristã.
Artigo extraido do livro "A cura da nossa afetividade e sexulidade"
Luzia Santiago