sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O segredo da felicidade: amar e perdoar !


O segredo da felicidade: amar e perdoar !


O segredo da felicidade cristã é amar.
E a ação de amar exige de nós, imediatamente, uma outra atitude concreta: perdoar.
Um coração cheio de amor está, necessariamente, sempre disposto a perdoar. Ao mesmo tempo, somente perdoando é que teremos um coração livre para amar, livre para Deus, livre para a vida em abundância que nos é oferecida pelo Senhor. O amor cristão, longe de ser coisa humana, é algo sobrenatural, um poder invencível, alguma coisa a que não se consegue resistir, é o amor do próprio Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
A marca do cristão é, pois, o amor.
É por esse amor que somos distinguidos no mundo.
Trata-se de um amor que se doa por inteiro ao outro, um amor que brota sem cessar, amor gratuito (não espera retorno) e efetivo (concreto, constante, incondicional, decidido), amor que tudo supera, que procura compreender, que se coloca no lugar do outro, que tudo perdoa.
É esse o padrão de amor a que somos chamados por Jesus. Ele nos manda amarmos como Ele próprio amou.

Uma das passagens do Evangelho que mais me faz refletir é: “E Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” (cf. Lc. 23,34 a).

Vejam, Jesus exclamou isso do alto da Cruz, ou seja, no ápice de sua dor moral e física, de seu sofrimento (que na verdade cabia a nós).
Em meio a toda a humilhação, descaso, desprezo, desamor, palavras duras, deboche, traição, agressão, injustiça, ainda aí o amor falou mais alto em forma de perdão.
A “opção” (atitude) de Jesus foi nos comunicar o perdão.
E que poder continha esta “opção”!!!
O perdão de Jesus fez os infernos tremerem, aquilo que era maldição foi substituído por bênção recaindo sobre toda a humanidade, aquele gesto confundiu Satanás.
Também nós somos chamados a fazermos esta “opção” poderosa pelo perdão a todos aqueles que nos ofenderam ou continuam a nos ofender, por pior ou maior que seja a ofensa recebida.
Em verdade, quando ofendemos alguém, não sabemos a real extensão da ferida que estamos causando no coração do outro, sempre achamos que não foi tão grave assim, ou que estávamos com a razão; o contrário também acontece.
A pessoa que nos ofende não conhece a extensão da ferida que nos está causando; ela não sabe o que está fazendo.
Você pode ser até tentado a pensar: “É fácil ele falar de perdão, mas não conhece a minha vida, a situação de dor, de ofensa pela qual estou passando ou já passei.
Ele não conhece aquela pessoa que tanto me feriu, que tanto me fez mal...” Irmão, irmã, se você está pensando assim, deixe ecoar mais uma vez estas palavras de Jesus: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem!” Diante do exemplo que Jesus nos deixou, podemos afirmar que perdoar é sempre possível.
Assim como nós fomos e somos achados dignos do perdão de Deus, todos os homens também são dignos do nosso perdão.
Isso é fazer a vontade do Senhor, é o segredo para sermos felizes, livres no Espírito, abertos para Deus.

Perdoar é uma livre decisão tomada por uma pessoa.
Por pior que seja a ofensa, por mais dolorosa que seja a ferida causada, por mais incompreensível que seja a atitude do ofensor, podemos e devemos decidir-nos pelo perdão sempre.
Assim como eu decido não falar mais com alguém, posso igualmente decidir perdoá-la e falar de Jesus para ela.
Assim como eu decido desprezar alguém, posso decidir também perdoá-lo, amá-lo e dar-lhe mais atenção. Assim como eu decido me vingar de uma pessoa, posso decidir, igualmente, perdoá-la e orar por ela. Em todas as situações podemos e devemos aplicar o antídoto do perdão. Verdadeiramente, este é um desafio, mas quem o supera – com Jesus – bebe de fonte inesgotável de paz, alegria, bem-estar, liberdade no Espírito. São Pedro nos exorta:
“Finalmente, tende todos um só coração e uma só alma, sentimentos de amor fraterno, de misericórdia, de humildade. Não pagueis o mal com mal, nem injúria com injúria. Ao contrário abençoai, pois para isto fostes chamados, para que sejais herdeiros da bênção” (I Pd. 3, 8-9). De uma simples interpretação deste texto sagrado depreendemos que para sermos herdeiros da bênção, precisamos, antes, ter sentimentos de amor fraterno, de misericórdia, ou seja, decidir perdoar.
Em outras palavras: queres ser abençoado? Decida-se pelo perdão, pelo amor, pela doação ao irmão. Falta de perdão é como um ácido que corrói tudo de bom que temos em nosso coração.
Quando retemos o perdão passamos a ser tristes, amargurados, mal-humorados, ranzinzas, insatisfeitos, fechados, enfermos.
O remédio para os relacionamentos desgastados, tais como casamentos, namoros, amizades, relação entre irmãos, entre pais e filhos é o perdão decidido e irrevogável.

É preciso esclarecer que esta decisão não configura uma força meramente humana, um poder mental, uma disposição alheia a Deus, não!
Ao contrário, é algo sobrenatural; Jesus mesmo nos ajuda nesse desafio, Jesus mesmo trabalha na situação, Ele fica entre ofensor e ofendido, o próprio Espírito Santo nos capacita e impulsiona a este gesto concreto de amor.
O Espírito Santo é especialista em refazer relacionamentos rompidos ou corroídos. Ele cria um clima de amor em nossa vida, em nossas faculdades, mostra-nos os benefícios do perdão, convence-nos do mal. No entanto, Deus não suprime nosso livre arbítrio; precisamos QUERER PERDOAR!!!
Assim, se quisermos perdoar àqueles que nos ofenderam, àqueles que nos fizeram tanto mal, que nos agrediram, que nos tiraram algo ou alguém muito caro, Deus mesmo irá favorecer-nos com seu poder sobrenatural e miraculoso, porque vê a intenção do nosso coração.
Além disso, quando tomamos a decisão de perdoar, saiba que certamente Deus já começou a trabalhar no coração do ofensor também. Trata-se de uma realidade espiritual; quando me abro ao perdão, libero a bênção para mim e para quem me ofendeu.
Por outro lado, quando me fecho ao perdão, prendo o ofensor no meu coração e me torno insensível à bênção divina; crio um obstáculo à graça, à paz, à alegria, à liberdade no Espírito.
Faça um levantamento das pessoas as quais você precisa perdoar. Lembre-se: é uma decisão!
Que o Espírito Santo nos confirme na decisão de perdoar a todas as pessoas que um dia nos ofenderam, ainda que mortalmente; também àqueles que, de alguma forma, nos ofendem constantemente, porque como nós, são filhas e filhos amados de Deus, merecedores da bênção divina e do amor fraterno.

Fonte: Vinícius Rodrigues Simões (Coordenador Estadual do Ministério de Formação – RCC/RJ)