segunda-feira, 16 de junho de 2008

Amor e perdão

Amor e perdão
Nós nos transformamos em instrumentos do Senhor para a cura dos outros
O amor comporta o perdão. Já vimos que normalmente na cura interior o que está escondido atrás de cada medo, de cada raiva, de muitas ansiedades é a falta de perdão, o que, muitas vezes, acarreta doenças psíquicas e também físicas. Um psiquiatra inglês muito famoso chamado K. McAll (que escreveu os livros sobre a árvore genealógica, livros traduzidos também em italiano) diz que muitos pacientes internados nos nossos hospitais psiquiátricos, tratados constantemente com os novos medicamentos para a psique sem nenhum resultado, seriam pessoas que no ato da internação no hospital teriam necessitado não de medicamentos, mas de pessoas que as ajudassem a perdoar.
A falta de perdão acarreta tantas tensões, que estas acabam sendo somatizadas, e, algumas vezes, transformam-se em dores de estômago, ou garganta, ou em outras partes do corpo, e quando são feitas análises clínicas o médico não encontra nada de fisicamente anormal, trata-se de resultados da falta de perdão. Perdoar nos torna independentes. O perdoar é um ato de sapiência, um ato inteligente, um ato concreto em que corto de verdade uma relação negativa para poder viver mais serenamente.
Portanto, quando eu perdôo, não é a outra que tem a vantagem, mas sou eu mesmo a obter a vantagem; eu que estou ligado de forma negativa a outra pessoa. Com o perdão, faço com que aquela relação negativa se desfaça, seja cortada e assim fico tranqüilo. Obviamente o perdoar não quer dizer que o outro deve aceitar o perdão. Isso não é tão importante! O importante é que eu perdoe, e eu concedo o perdão através de uma decisão: O perdão cristão.
Falar do amor e do perdão não é nunca suficiente, existiriam tantas outras coisas para se falar. Mas acho que sobre o que nós ponderamos já é suficiente para nos ajudar a entender que nós somos chamados a ser cheios de amor, de modo a podermos estar mais próximos de Deus. E estando cheios de amor, nós recebemos a graça da cura e nos transformamos em instrumentos do Senhor para a cura dos outros. Quanto mais somos abertos para o amor, mais nós amamos e mais o Senhor pode se utilizar de nós para oferecer curas e recebermos aquelas de que necessitamos.
Artigo extraído do livro “Cura do mal e libertação do maligno” de Frei Elias Vella