terça-feira, 26 de agosto de 2008

UMA ABENÇOADA TERÇA-FEIRA !
Resgatar a ritualidade da vida
Tua mão desceu sobre mim e me retirou da escuridão. Deu-me mãos e voz de profeta, deu-me um coração adorador’ [música].
"Desperta, tu que dormes"! (cf. Efésios 5, 6 e Isaías 26,19; 60,1). Quero ressaltar a primeira parte do refrão dessa música, que é o que Deus faz. É porque Ele desceu a mão, como num gesto violento que acorda quem está dormindo. Deus não pode fazer nada para o coração preguiçoso, que não quer ser mudado. O processo humano é difícil. Quanto sangue você tem que suar para ser uma mulher e um homem com integridade. Aquele que 'desce a mão' o faz para você melhorar. Não tem como conciliar o Cristianismo com a preguiça da vida, esquecendo-nos de como nós poderíamos ser como pessoas, sem cuidar da nossa vida. Coração preguiçoso não tem lugar no céu, porque Deus o quer de pé!
Hoje, uma mulher jovem, com lágrimas nos olhos, me dizia: ‘Deus tem me mantido em pé através da Canção Nova. Eu perdi, no mesmo acidente, meu pai, meu esposo e meus filhos’. Ficar de pé quando tudo deu errado e sentir que a força de Deus o alcança! Ficar de pé quando se está no 'calvário', onde não é lugar de ficar sentado e sim de pé. Sentir-se de pé mesmo quando o 'calvário' está 'armado' e cheio de curiosos.
"Desperta, tu que dormes!". Não dá para ficar parado ou sentado e fazer de conta que não está acontecendo nada. Que caia por terra toda hipocrisia e toda máscara!
O amor é provado no fogo, na dura experiência de dar a vida pelo outro. Caso contrário, não é amor; é ilusão. Você sabe que alguém o ama não pelo que ele fala, mas pelo que faz. O amor não sobrevive de teorias. Não adianta falar para seu filho que o ama se seus gestos não correspondem a esse amor. Palavras sem gestos não edificam.
O 'calvário' é ladeira acima, em meio a pedras, e sem asfalto. Nossos passos não deslizam com facilidade. Não se chega ao céu de patins. São com essas 'botas da dor', difíceis, que se chega lá. Ninguém lhes prometeu que os valores seriam fáceis de ser alcançados. Você sabe muito bem o quanto lhe custou para chegar até onde chegou; as coisas não vêm de forma tão fácil assim.
Nós perdemos os rituais. Como era bom o tempo em que preparávamos nossas refeições. Era um ritual: as crianças descascando milho, as tias cozinhando-os no fogo, outro fazendo a palha, e a família toda em um ritual de alegria fazendo a pamonha. Nós tínhamos rituais de vida. Quando comíamos carne de porco ou fazíamos um almoço para toda a vizinhança e todo mundo da rua, para comermos juntos. Mas hoje, nossa comida vem toda pronta. Nós não temos mais o ritual de preparar o que nós comemos.
'O amor não sobrevive de teorias. Palavras sem gestos não edificam', afirma Pe. Fábio